15 Apr
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Isa Brutal Fronzoni, guitarrista e compositora que já tocou com bandas lendárias do metal mundial como Ice Age, Original Sin, Rock Goddess, dentre outras, e agora com seu projeto Self Disgrace, concedeu uma entrevista para a Zeppelin Records, onde fala desde seu primeiro contato com a música, a saída de sua terra natal para participar da formação do Ice Age, e consequentemente de outras bandas, inclusive Rock Goddess, até a formação de seu último projeto, o Self Disgrace.

Isa Brutal 


ZR: Isa, se apresente por favor e nos fale onde você nasceu?

Isa: Me chamo Isabella Fronzoni, também conhecida como Isa Brutal, nascida em Milão, na Itália em 24 de dezembro de 1969.


ZR: Quando e como você teve seu primeiro contato com a música, e quais eram suas influências?

Isa: Peguei o violão pela primeira vez aos 14 anos, quando um dos meus amigos da escola se ofereceu para me dar aulas por apenas 1000 liras!!! Hahaha. Meu processo foi um pouco parecido como o de todos os músicos de metal da época, nos conhecemos, nos socializamos e nos organizamos para ir para a sala de ensaio nem que fosse para nos divertir, sem nenhuma pretensão, tocando dois super acordes que por mais que nos emocionasse, resultaria em um pouco de bagunça. Aprendemos com a prática e com os amigos sem ter todos os recursos de hoje.


ZR: Como surgiu o apelido de Isa Brutal? Nos fale sobre Warhammer, sua primeira banda? 

Isa: Meu apelido veio do fato de que no ensino médio eu era a única metaleira, sempre andava vestida de preto e com tachas, então meus colegas me chamavam de Isabrutta. Brutta em italiano significa feia e à partir daí me tornei Isa Brutal, chateada com os filhinhos de papai e o conformismo. Minha verdadeira paixão era o thrash metal do Metallica, Slayer, Voivod etc. Então aos 18 anos entrei em uma boy band chamada Warhammer com a qual gravei minha primeira fita demo.


ZR: Sua entrada no Ice Age foi através de um anúncio da revista Metal Hammer italiana. Nos comente como tudo aconteceu? Como era sua interação profissional e pessoal com Debbie Gunn? 

Isa: Imediatamente após gravar a fita demo com o Warhammer, vi um anúncio na versão italiana da Metal Hammer para um grupo de garotas suecas de thrash metal que estavam procurando uma segunda guitarrista e enviei a fita demo para elas. Para resumir a história, em pouco tempo eu estava na Inglaterra (para onde elas haviam se mudado da Suécia) para um teste e em dois meses estava em turnê pela Europa. Estou falando da lendária Ice Age, eram musicistas que arrasavam de verdade e não tinham nada construído, nasceram como a maioria das bandas de metal da época, dedilhando numa garagem e evoluíram com técnica e talento para composição ao nível de muitas bandas lixo masculinas. 

Eu me dava bem com a Debbie Gunn, ela era legal e tinha senso de humor. Porém ela era 10 anos mais velha que eu e tinha mais experiência. Eu gostava muito dela, principalmente como musicista. Uma grande cantora com ótima voz, além de presença de palco e personalidade.


ZR: Como foram as gravações do videoclipe de “Instant Justice”? Por que o Ice Age terminou?

Isa: O vídeo de Instant Justice foi gravado em uma pequena cidade da Inglaterra chamada Wisbech, menos de um mês depois de eu ter entrado. Foi muito divertido, metaleiros vieram de toda a Inglaterra para participar do vídeo que depois foi enviado ao MTV Headbangers Ball, um programa de TV de metal muito famoso dos anos 80. 

O Ice Age acabou principalmente devido à má gestão do empresário e outras garotas da banda que queriam voltar para a Suécia.

Ice Age


ZR: Nos fale sobre a origem do Original Sin? Sobre o início da banda e adiante a isso, como foi sua participação na Rock Goddess?

Isa: Depois do Ice Age, em 1990 formei o Original Sin com a ex-baterista do No Shame, Liz Watt. Era principalmente uma banda ao vivo, tocamos por dois anos consecutivos na Inglaterra e na Europa, participando também de grandes festivais de verão e gravando apenas uma fita demo chamada 'On Fire'. Aí a banda se separou e em 1993 entrei na reunião da Rock Goddess, banda feminina famosa e popular nos anos 80. O gênero que fizemos com essa nova formação, porém, foi bem mais anos 90, com influências como Pantera, Sepultura e também dicas dos deuses do progressivo Dream Theater.

Original Sin


ZR: O assédio dos fãs nos anos 80 comparativamente aos dias atuais são divergentes? Tiveram situações embaraçosas?

Isa: Não particularmente, fui assediada principalmente quando adolescente por meus colegas de escola porque nós, metaleiros, éramos vistos como feios e maus. Como musicista, definitivamente não, graças também ao meu caráter que certamente sei fazer-me respeitar.


ZR: Quais suas bandas preferidas? Ainda tem contato com antigos membros das bandas a qual fez parte?

Isa: Ouço de tudo um pouco e não escondo que as minhas bandas preferidas continuam as mesmas de quando era menina, talvez porque me lembrem tempos passados que para mim foram particularmente felizes e divertidos. Novas bandas introduziram influências fora das raízes do metal que pessoalmente me fazem sentir mal. Ainda estou em contato com muitos músicos com quem toquei no passado, graças também às redes sociais; outros desapareceram, devido a uma vida privada desligada do mundo musical e vivendo no estrangeiro, daí já não tenho contato.


ZR: Vamos falar sobre sua atual banda, a Self Disgrace? Você quem escreve todas as músicas, certo?

Isa: Self Disgrace tem 2 álbuns em seu currículo, "Partner in Crime" é o álbum de estréia que gravamos logo após a reforma em 2018 e representa nosso ponto de partida (tendo também tirado algumas músicas do primeiro EP 'RR Rotten Revenge' de 2009). O segundo álbum "Fetus in Fetu" é bem mais maduro, composto inteiramente com a nova formação. Investimos mais tempo na gravação, focando nos detalhes e foi co-produzido e gravado no estúdio do Andrea Leonardi que definitivamente não se limitou a uma mera contribuição técnica. Andrea é um velho conhecido meu dos anos 80 que reencontrei em um show do Bulldozer com quem trabalhou como engenheiro de som. Em Fetus in Fetu eu queria sons reais e não artificiais que refletissem minha personalidade e a da banda; Quer dizer, deixe-me explicar melhor, eu não queria sons padronizados que fossem iguais a todas as bandas que saem hoje, como se fossem baseados em samples. Eu me diverti muito com o Andrea e o resultado disso é exatamente o que eu queria deste álbum. Claro que não espero que todos gostem, cada um tem seus gostos e é certo que seja assim, senão todos ouviríamos Laura Pausini haha, mas definitivamente não se pode dizer que seja ruim.

Self Disgrace


ZR: Quais seus hobbies? Diga-nos uma qualidade e um defeito. 

Isa: Gosto muito de viajar e me socializar quando posso. Uma das minhas qualidades também é meu defeito, sou muito direta. Não gosto de ser levada para passear por pessoas que dizem certas coisas e depois fazem outras com desculpas que somente um idiota acreditaria. Às vezes sou um pouco desconfiada demais, mas muitas vezes acerto.


ZR: Quais são suas considerações finais?

Isa: Somos uma banda de verdade, não construída e fazemos o que gostamos e não o que as redes sociais nos alimentam. Mas não é fácil porque ser diferente da multidão e do que está na moda, mesmo na cena metal, não é fácil. Para mim tocar deve ser antes de tudo um prazer, não existe arte sem paixão e é isso que nos impulsiona a seguir em frente.


Aproveitamos para agradecer a entrevista, e aproveitando para informar os endereços de redes sociais para quem quiser saber mais sobre a Isa Brutal, sua história e sua música. 


SELF DISGRACE:

Deb Eresserie - Vocais

Isa Brutal Fronzoni - Guitarras

Overteo Businaro - Baixo

Chris Psycalamaro - Bateria


GRAVADORA 

https://malevolencerecords.bigcartel.com


BANDCAMP

www.selfdisgrace.bandcamp.com


SPOTIFY

www.https://open.spotify.com/artist/6QsfdbAuqJuOG0I70HGZbw?si=qCHehpyRRcSnCVDGngzRcQ


FACEBOOK

www.facebook.com/selfdisgrace


YOUTUBE

www.youtube.com/isabrutal



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